quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A caravana do projeto Cine Aberto Cidades Digitais, percorreu, no final de 2008, as seis cidades mineiras envolvidas (Belo Horizonte, Cataguases, Diamantina, Itabira, Ouro Preto e Tiradentes), realizando as gravações das imagens que darão origem aos vídeos propostos pelos participantes.
No momento, estamos em fase de edição das imagens e em breve os vídeos estarão disponíveis. Enquanto os vídeos não ficam prontos conheça melhor os temas de cada um.


Tiradentes:

Sebastião Paineira



A história de Sebastião Paineira tem início com seu bisavô, com quem seu avô aprendeu a trabalhar o barro. Essa técnica foi passada para seu pai, que lhe ensinou tudo o que sabia. Quatro gerações de artesãos que trabalharam de modo simples e despretensioso.
Tião Paineira, como é chamado, carrega a tradição do velho artesanato brasileiro. Atualmente com 80 anos, o personagem conta sua história através da tradição do barro, é esta a intenção do tema, demonstrar toda a tradição por trás de um ofício simplista que perdura por gerações.
Todo o material produzido tem o intuito de revelar personagens ou locais importantes para a cidade, mas que por algum motivo não receberam o devido reconhecimento. E nesse aspecto insere-se o artesão Tião Paineira. Numa cidade dependente do turismo como Tiradentes, encontram-se inúmeros artesãos com diferentes habilidades, porém só um deles mantém a simplicidade e a história do verdadeiro artesanato regional. O método de artesão chega a ser arcaico, devido a utilização de “ferramentas” simplíssimas, como pedaços de bambu e linhas, método este que é o mesmo utilizado por seu bisavô décadas atrás.
Como frisado acima, numa cidade com o porte artesanal de Tiradentes, é preciso valorizar tais personagens de algum modo, homenageá-los da melhor forma possível e garantir a preservação de sues conhecimentos, além de fazer com que os jovens tomem consciência dessas histórias que rodeiam suas vidas.


Orquestra e Banda Ramalho



A Orquestra e Banda Ramalho é uma das representantes da tradicionalidade das bandas no estado de Minas Gerais. A banda está presente em boa parte dos eventos religiosos da cidade e mantém a tradição da música erudita, que vem sendo deixada de lado há algum tempo. Este tema trata mais uma vez da tradição, neste caso, a tradição musical do estado.
Esta que já foi uma das maiores sociedades musicais da região, hoje esta limitada a duas formações com poucas dezenas de músicos. A Sociedade Orquestra e Banda Ramalho divide-se, como o próprio nome sugere, em uma orquestra, que é responsável por apresentações em teatros e alguns eventos e na banda, que responsabiliza-se pelas apresentações religiosas nas festas da cidade.
A sociedade conta com pouco reconhecimento, apesar de seu prestígio na região, e vê a cada ano diminuírem suas fileiras de músicos. Por isso, torna-se importante iniciativas de divulgação e preservação desta entidade, e é exatamente este o intuito do vídeo produzido com a orquestra, criar o interesse nos mais jovens e mostrar a relevância da música erudita nas cidades históricas do estado.
Uma agremiação musical com origens que datam do século XIX não pode terminar simplesmente por desleixo e desinteresse da sociedade e cabe a nós jovens preservarmos estes marcos histórico-culturais.


Igreja Nossa Senhora do Rosário



A igreja de Nossa Senhora do Rosário é um marco na cidade de Tiradentes, construída por escravos, é uma igreja de negros no centro de uma cidade colonial onde a vontade dos brancos prevalecia. Contar essa história e mostrar a bela arquitetura e estrutura da igreja são as intenções do tema.
Imaginar que no século XVIII escravos construiriam uma igreja numa das principais ruas de uma cidade histórica pode parecer loucura, mas foi o que aconteceu em Tiradentes.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário localiza-se na Rua Direita, outra tradição das cidades históricas de Minas Gerais, e trata-se de uma igreja construída por escravos no século XVIII.
A arquitetura básica das igrejas “brancas” foi mantida, porém as surpresas estão no interior da igreja, santos negros ocupam os altares e pinturas cobrem o teto da igreja, que é uma das mais belas da cidade, apesar de ser uma das menos visitadas.
Numa sociedade de maioria negra, mesmo nos dias de hoje, é importante saber que valoriza-se as crenças e as tradições dos antigos escravos que ajudaram na formação da cidade. Ainda hoje realiza-se na igreja as festividades em honra à Nossa Senhora do Rosário.
Porém, para que sejam mantidas as tradições, é preciso preservar-se os costumes além da própria igreja e para que isso torne-se realidade é preciso mostrar a importância e a beleza de construções como esta, criar eventos e festividades que beneficiem a igreja e a irmandade a que ela pertence. Através da conscientização podemos manter as jóias da arquitetura barroca intactas.

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